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Ao ouvir a aquelas palavras, tentei fugir mas não conseguia ir rápido, pois além do corte no estômago eu acho que tinha quebrado o pé quando cai. Até que quando me dei conta Felipe estava nas minhas costas e desferiu mais um golpe, atingindo as minhas costas. Quando tente andar para frente ele me derruba chutando minha perna, fazendo com que eu caia.
- Este é o grande Hiruko?- perguntou ele se rindo -pelo visto você é só mais um mago teórico, nunca teve a prática e agora que se vê em risco não sabe o que fazer, aposto que desejaria saber qualquer feitiço para conseguir escapar ao invés de todo seu conhecimento inútil.
- É isso o que me torna melhor que você eu aprendi na prática, você não passa de lixo - prossegui Felipe rindo.
- Rafael me ajude - gritei entre choros e soluços enquanto me arrastava pelo chão.
- Não, este não é o sentido do teste - falou ele indiferente - use o que tem para derrotá-lo.
- Eu não tenho nada - gritei indignado.
- Nada mesmo?- perguntou ele enquanto descia de uma árvore.
- Só tenho este corpo idiota e inútil desfalecendo – falei irritado comigo mesmo.
- Seu corpo não é inútil, você pode fazer coisas maravilhosas com ele – falou Rafael.
- Ahhhhhhhhhh – gritei ao ser acertado novamente, mas nas pernas.
Aquela dor era insuportável, sentia cada sangue de meu corpo saindo fora de meu corpo, não conseguia me mover com muita velocidade. Resolvi expulsar Ranisra enquanto dava tempo.Não queria que ele morresse, não éramos amigos, mas eu gostava dele, queria que ele vivesse não haveria sentido dois morrerem por nada. Então comecei a pronunciar o nome dele ao contrário usando meu alfabeto. E Ele se foi.
Agora teria que enfrentar três sozinho, talvez se eu matasse Felipe os outros sumiriam. Só precisava de uma arma e a única coisa que vi foi meu uma pedra que tentei atirar contra Felipe, que foi em vão, já que meu braço estava fraco. Felipe parecia se divertir com a minha situação deplorável, se rindo todo. Sem saída resolvi me atirar em um outro barranco.
Não encontrei nada lá, só me ferrei mais, me ferindo nas pedras que haviam ali. Pelo menos consegui um tempo para estancar o sangue, amarando pedaços da minha roupa, porque se fosse para morrer não seria por falta de sangue.
“Droga eu vou morrer, porque eu quis fazer essa droga de teste? Mas que merda.” Ficava pensando isso sem parar, “precisa ter uma solução” “preciso”..
- Yuhuuuu!! Cadê meu pequeno Neko?! Hiruko apareçaaa – falava Felipe com uma voz calma até demais chegando a parecer fofa.
“Esse cara é louco eu não vou morrer nas mãos deste sádico, de JEITO NENHUM”. Pensava eu desesperado e irritado.
- Ele não vai me matar - sussurei.
Notei que meu punhal Draconiano ainda estava comigo, neste momento meu sorriso foi de uma orelha a orelha. Fiquei tão feliz que acabei gritando, estava torcendo para ele não ouvir, mas não podia só torcer teria que fazer algo para me proteger.
Resolvi tirar a camisa e traçar a arvore da morte no meu peito com meu sangue, planejei trazer algo para meu corpo, talvez eu conseguisse mais força. Começo a pegar no meu próprio falo. Para entrar em gnosis rápido.
- Ora ora, resolveu aparecer hein? Pronto para morrer e ser possuído? – perguntava Felipe se rindo e lambendo os dentes.
- Você ainda me acha nojento há há há há – riu Felipe escandalosamente ao ver um liquido viscoso no punhal que parecia esperma.
- Tava pensando em mim é? Ou na nossa noite que vamos ter?- Perguntou ele que parecia se deliciar com aquela situação.
Eu não dizia nada apenas olhava ele de frente. E comecei a pronunciar palavras que eu não imaginava falar:
O dia mais negro
Seria ainda mais obscura
Sem a estrela brilhante do sol.
O dia mais frio
Seria ainda mais frio.
Obrigado pelos dons da Sigel, Carruagem de Fogo,
E como em noite de tempestade
O trovão rompe o silêncio e as trevas,
o poder do homem justo
Pode dar conforto aos oprimidos
E apontam para viajantes perdidos
Um porto seguro
Seria ainda mais obscura
Sem a estrela brilhante do sol.
O dia mais frio
Seria ainda mais frio.
Obrigado pelos dons da Sigel, Carruagem de Fogo,
E como em noite de tempestade
O trovão rompe o silêncio e as trevas,
o poder do homem justo
Pode dar conforto aos oprimidos
E apontam para viajantes perdidos
Um porto seguro
-Eu tenho o poder de Sowelu não me derrotarás – falei confiante
- Ainda irei te matar seu verme, não acha só porque falou um poema bonito que vai conquistar
meu coração HÁ HÁ HÁ – gritava Felipe escandalosamente.
- Ranisra venha a mim, sou teu mestre venha e habite meu corpo – falei trazendo Ranisra para meu corpo.
O liquido no meu punhal começava a se enegrecer, não me lembro perfeitamente do que fiz, lembro-me que comecei a sentir ódio, raiva.
Comecei a correr todo errado, pois ainda sentia, até que não resisto e tombo no chão. “Não”, “ não posso morrer assim, não agora não tão fácil”. Comecei a chorar sem parar, estava praticamente sem força, não tinha força nem para falar. Não conseguia fazer nada, nem fechar meus olhos, “então era assim meu fim? Eu iria ver minha morte? Ou este Sádico iria tentar algo me possuir antes?”
- Quase tive medo de você, pensei que fosse me matar quando veio em minha direção, mas me decepcionei, queria mais desafio, mas pensando bem até que foi divertido – falou Felipe.
- Acho que vou te possuir ainda vivo, você será só meu, só meu..- falou com Felipe com uma voz mansa demais – você não vai precisar desse punhal certo? Alguém pode se ferir com ele.
- Meu neko, eu te amo – Felipe começou me beijar virando me de barriga para cima com seu braço direito em meu ombro – eu quero você todo para mim.
- P-po-por f-favor não – murmurava em seu ouvido enquanto ele beija meu pescoço.
- Eu não vou te machucar, não precisa chorar – disse Felipe tentando me acalmar e secando minhas lagrimas olhando nos meus olhos.
Ele começou a segurar meus braços acima da cabeça, como se eu pudesse fazer alguma coisa. Eu só conseguia chorar, tentando me mexer, mas já era inútil. Ele começou a beijar todo meu corpo, aquilo me deixava apavorado, queria sair dali.
Aquilo era estranho eu estava começando a me sentir bem, mas eu também estava odiando queria que ele parasse, tava com nojo de tudo aquilo. Não queria mais que ele me tocasse.
Olhei em volta para tentar avistar alguém, mas nada, quando olho para cima enxergo Rafael sentado em uma pedra tocando seu maldito violino, parecia que tocava uma musica melancólica, parecida com Sad Romance. Comecei a alterar meu estado de consciência “o que Rafael queria fazer? Ele queria me livrar da dor de ver aquilo tudo? Por que ele não me ajudava? Será que ele estava gostando daquilo?”. Estava confuso demais não sabia o que pensar só chorava. Quando não me vejo mais lá, estou em um lugar sombrio, ainda mais sombrio que aquele pântano que eu estava. Apesar do local ter um clima melancólico eu não me sentia triste, me sentia em paz, quando um Demônio atrás de mim.
- O que fazes aqui humano? Porque nao estás em teu mundo mortal? – falou o demônio com uma voz que mais parecia um trovão, mas calma.
- E-eu não sei. Que lugar é este?- falei meio baixo.
- Viestes para cá sem saber que lugar é? – perguntou o Demônio novamente, mas com um tom de curiosidade.
Antes que eu pudesse responder ele disse:
Antes que eu pudesse responder ele disse:
- Aqui é o Inferno. Garoto, não deverias estar aqui, volte para teu mundo antes que se machuque aqui – avisou-me o Demônio.
- Voltar para ver aquilo...- murmurei desviando o olhar.
- Porque não desejas voltar para teu mundo mago, tens medo da vida? Tens medo de encarar a realidade? – perguntou o demônio como se debochasse de mim..
- Tenho e qual o problema em fugir das coisas que nos ferem? – perguntei.
- Nenhum, é bom fugirmos as vezes dos problemas, termos um lugar para estarmos sozinhos, mas um dia teremos que voltar, não poderás viver a vida toda aqui. Podes pensar que passou todo o tempo necessário para o problema sumir, mas no seu mundo não ter passado um segundo sequer, ou passado anos e anos e você perder a melhor parte da sua vida – explicou o demônio.
- Problemas existem, para todos, humanos não são os únicos que tem problemas, mas todos os seres tentam superar estes problemas. A vida não é só dor e sofrimento, ha outros sentimentos e prazeres maravilhosos na vida, não permita que a dor vença está batalha você possui outros sentimentos para batalhar contra a dor e sofrimento – falou o demônio astutamente.
- Demônios não são maus? Por que está me ajudando? – perguntei mais confuso e achando que ele queria me persuadir – o que você quer de mim?
- Nada. Demônios não são maus, assim como anjos não são bons, pois bem e mal, certo e errado não são fixos, depende do ponto de vista. Os humanos julgam os seres pelo seu ponto de vista, um animal que devora um filho deficiente, ou os filhotes que devoram a mãe para se alimentar no primeiro dia de vida, esse animais parecem maus aos olhos dos humanos, mas aos olhos deles eles estão fazendo o certo – respondeu o demônio.
- Mesmo assim não quero voltar.
O Sol escureceu-se
Já não brilha mais.
Sowelu transformou-se em Skoll e devorou-se
Não posso me aproximar jamais.
Lá só irei me ferir.
- Não espere que o Sol brilhe para você, todo ser tem a capacidade de brilhar. Se o Sol escureceu ou sumiu, permita que o Sol majestoso dentro de você se libertar, para poder brilhar novamente e abrir um sorriso em teu rosto. Somente um novo Sol pode substituir o velho – falou astutamente o demônio.
- Agora vá Hiruko, não precisa se preocupar com o poder se é mais forte ou mais fraco, o que importa é você acreditar em você mesmo, somente você conseguirá ver seu real poder, pois como deseja controlar o que está fora sem controlar a si mesmo? Só quando entender-se você poderá superar todos obstáculos – prosseguiu o demônio.
- Mas...
- Vá agora Hiruko, não há necessidades de você ficar aqui – falou o demônio interrompendo-me.
No mesmo instante que eu o demônio tocou em meu ombro, me senti sendo puxado por um redemoinho muito intenso. “Como ele sabia meu nome?”, “afinal quem era ele?”, essas perguntas ficaram em minha mente, até eu sentir voltando para meu corpo. No momento que comecei a respirar, abri meus olhos e vi Felipe ainda beijando meu corpo. Agora ele estava seminu, e eu já estava sem minha calça, ele não segurava mais meus braços, talvez por eu ter entrado em transe e não parecia me mover.
Não demorou muito e ele começou a subir até meu peito e depois desceu até minha cueca, e começou abaixá-la e... Em uma velocidade incrível consegui empurrar a cabeça dele, e sair dali. Devo ter ficado uns dois metros longe dele.
- O que houve neko não estava gostando? – perguntou Felipe sorrindo.
- E-eu não gosto dessas coisas – respondi.
- Não foi o que pareceu com seus gemidos, delirantes, parecia que você estava amando o que eu tava fazendo com você – falou Felipe engatinhando em minha direção com um sorriso malicioso – vem vamos continuar a nossa brincadeira.
- Não eu não quero, por favor se afaste – falei entrando em desespero.
- Calma dessa vez eu não vou te matar, contanto que você seja meu pra sempre. Caso contrário eu irei te matar – falou ele em tom sério.
Eu não conseguia caminhar direito, apenas me afastava de frente para ele e bem devagar, ele apenas estava se divertindo, pois sabia que eu não conseguiria fugir dele. Ele se aproximava mais rápido que eu conseguia fugir dele. Ficamos nisso até eu tropeçar em uma raiz “merda” foi a única coisa que pensei.
- Caiu? Meu neko se machucou? – falou como se estivesse com pena.
- Vai se ferrar. E não sou porra nenhuma de neko – gritei.
- Não faz assim meu neko, você é meu só meu – falou Felipe com uma voz mansa.
- Eu te amo – falou Felipe.
Mau Felipe falou aquilo e começou a me beijar, novamente não consegui me mover. Eu não sabia explicar o porque, não queria aquilo, mas não conseguia me mover, é como se meu corpo me traísse, me dava raiva ódio de mim mesmo.
Queria para aquilo, então novamente me senti em transe, mas eu ainda estava ali, mas estava dominado pela raiva, ódio, nojo, tristeza. Foi nesta hora que eu tirei força não sei da onde para pagar um galho e atingir. A cabeça dele que caiu no meu lado,me ergui e fiquei sobre ele enchendo o de socos no rosto enquanto segurava os dois braços dele, como ele estava me segurando antes.
Ele conseguiu se soltar e acertar um soco que me derrubou no chão, onde eu estava antes. Então eu chutei a perna dele derrubando-o novamente, e fui em direção a ele, com um galho em mão e o acerto com o galho.
Felipe começa a cuspir sangue, quando fui desferir o ultimo golpe acabo olhando para o rosto ensangüentado e o vejo chorando. Não consegui ferir ele “eu não sou esse tipo de pessoa, não posso matar uma pessoa deste jeito” pensei, então cai de joelho próximo a cabeça dele.
- Por que você está chorando Felipe? – perguntei chorando.
- Porque eu te amo – falou ele chorando e soluçando – e agora você deve me odiar e está chorando de raiva.
- Eu não te odeio, nunca disse isso, e não estou chorando de raiva – falei tentando sorrir.
- Por que está chorando então – perguntou ele.
- Porque eu quase te matei – respondi.
- Então você me ama? Namora comigo? – Perguntou ele com uma voz romântica e fazendo cara de cão sem dono.
- Não, eu não te amo cara, e muito menos vou namorar com você - falei com a voz alterada - depois de tudo o que aconteceu, eu to confuso demais.
- Então eu ainda tenho chance?- perguntei ele com a mesma cara de antes.
- Não né? Você nem faz o meu tipo – falei e comecei a rir.
Ficamos rindo por muito tempo, até que resolvo perguntar:
- E o teste? Eu não tinha que derrotá-lo?
- Você já me derrotou, quando conquistou meu coração.
- Não sou tão fácil assim.
Começamos a rir descontroladamente de novo. Parei somente quando vi a expressão séria de Rafael segunrando seu violino e com Ranisra em seus braços.
(Continua)
Interessante...
ResponderExcluirAguardo ansiosamente a continuação.
Ficou muito legal Biel essa continuação ^^
ResponderExcluirO conto está levemente pesado, mas adorei ele xD
Continue assim!
Vai Felipe, pega o Hiruko de jeito! Waaaaaa!
ResponderExcluirAdorei, este foi bem filosófico e poético. Com um pouco de sexo e romance regados a sangue.
Fico feliz que tenham gostado do meu conto.
ResponderExcluirDiferente do meu irmão porqque eu removi nossa parceria, levando meus personagens e suas personalidades comigo.
Ultimamente ando muito empolgado em ecrever as continuações do conto que posso dizer que estou viciado.
ResponderExcluirE devido fatos maravilhosos em minha vida eu estou tentando não tornar oconto muito cruel, embora eu ame contos assim.